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Maior
sopa de gaspacho do mundo
José Manuel Oliveira Miguel
Veterano Júnior (foto) |
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"Nunca comi esta sopa,
mas agora quero ficar na História do Guinness Book. Com o
rosto bronzeado do sol, Ana, de 23 anos, residente em Lisboa e de
férias no Algarve, foi uma das primeiras pessoas a entrar no recinto
localizado na zona ribeirinha de Portimão, onde ontem, entre as
18.00 horas e as 23.00 horas, foi servida a maior sopa do mundo de
gaspacho algarvio. O objectivo era figurar no famoso livro de
recordes, numa iniciativa da Confraria dos Gastrónomos do Algarve,
com o apoio da Câmara Municipal de Portimão e de várias empresas e
entidades da região.
A aposta era ultrapassar os seis mil
participantes e o mesmo número ao nível de litros de sopa com
ingredientes e proporções tradicionais. "Leva mais água do que este
tipo de sopa típica do Alentejo e em relação a Espanha os legumes
são mais moídos", contou ao DN um cozinheiro. Num palco improvisado
com mais de um metro de altura estava um recipiente de grandes
dimensões adquirido para o efeito pelo preço de 8 mil euros e com
capacidade para 7500 litros, no qual foi ultimada a preparação desta
sopa, com tradições que remontam ao século XIX.
Metade do
dispositivo encontrava-se debaixo do palco. "Olhe para as marcas nas
minhas mãos. Foi bastante difícil confeccionar uma sopa com estas
proporções", dizia ao DN ao princípio da noite, Henrique Leandro,
presidente da Associação dos Cozinheiros e Pasteleiros do Algarve e
responsável por uma especialidade que envolveu um total de 22 chefes
de cozinha desta região. A pré-preparação começou na passada
terça-feira na Escola de Hotelaria e Turismo, em Faro.
"Se a
sopa estiver boa, irei repetir a dose", garantia José Manuel
Correia, não escondendo a sua curiosidade, enquanto se preparava
para ir para uma fila à espera de poder ser servido. "Como
alentejano e nos meus tempos de jovem, comi durante muitos anos
centenas de pratos de sopa de gaspacho, na altura com fatias de pão
grossas. Não é uma sopa para matar a fome, mas é muito saborosa",
recordou este gestor, morador em Portimão, onde também é responsável
pela recém-criada Confraria da Sardinha.
Já José Serralha,
comerciante aposentado, lembrava os tempos, na década de 50, em que
a sopa de gaspacho, "com tomate e muito pão" era um dos seus pratos
preferidos. Mas não só. Também sopa de amêijoa, conquilhas, berbigão
"e até de lapas" faziam parte das suas preferências. "Hoje é difícil
encontrar estes tipos de sopa nos restaurantes. As famílias mais
tradicionais é que as confeccionam em casa", referiu José Serralha.
À hora de fecho da edição, a indicação era no sentido de o
recorde ter sido batido. Faltava apenas ser confirmado. |
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