A Confraria dos Gastrónomos do Algarve bateu dois
recordes do Guiness no passado dia 3, na Zona Ribeirinha de
Portimão, com a maior sopa de Arjamolho do mundo e o maior número de
pessoas a provar gratuitamente do respectivo caldo. Foram cozinhados
7470 litros, depois distribuídos gratuitamente a quase 6000 pessoas.
Em entrevista ao Região Sul, José Manuel Alves, Grão-Mestre da
Confraria dos Gastrónomos do Algarve mostrou-se satisfeito com os
objectivos alcançados, lamentando apenas a não adesão das pessoas no
que toca a uma outra vertente social da iniciativa, que pretendia
angariar fundos para a entrega de um minibus à associação Catraia.
Região Sul - Dois objectivos tentados e dois objectivos
conseguidos. Qual foi mais difícil?
José Manuel Alves -
Exactamente. O primeiro foi talvez mais fácil porque tínhamos
confiança nas nossas possibilidades. Já no segundo estávamos
dependentes das pessoas que aparecessem. Felizmente teve uma adesão
grande e conseguimos. No que respeita à sopa fizemos 7470 litros. E
no segundo objectivo, para fazer a contagem baseámo-nos nas tigelas
servidas, que foram 5843. Mas é bom dizer que houve quem repetisse
na mesma tigela, o que não foi contabilizado.
RS - Para
entrar no Guiness teve de haver testemunhas. Como é que correu todo
esse processo?
JMA - Se viesse um representante do
Guiness era tudo mais fácil. Só que para vir um representante era
preciso despender uma quantia muito elevada. E como se sabe a
confraria não tem dinheiro para isso nem conseguimos encontrar quem
suportasse essas despesas. Então fomos por uma segunda solução que é
um caminho mais penoso, onde é necessário a presença de um delegado
de saúde, um representante da autarquia que aferisse pesos e
medidas, e mais três representantes que atestem a qualidade, um da
RTA, outro da Escola de Hotelaria e Turismo, e outro da Associação
dos Cozinheiros e Pasteleiros.
RS - E é já certo que no
próximo livro do Guiness vai sair esta história ou carece de outros
requisitos?
JMA - Só sairá se for aceite. Não é
garantido. Agora vamos enviar tudo, fotografias, recortes de
jornais, filme, testemunhos. E pensamos que tudo o que fizemos está
correcto.
RS - Se for aceite haverá benefícios
financeiros?
JMA - Penso que não. Há sim uma verba
especial para recordes, mas são recordes de outro estilo. Para este
tipo de recordes não. É verdade que toda a gente pensa que há esse
tipo de benefícios para qualquer recorde do Guiness, mas tanto
quanto sabemos não é assim. No entanto, o que fizemos foi apenas
para dar notoriedade à gastronomia algarvia, à confraria, ao
Algarve, e por tabela à cidade de Portimão, que também lá vai
constar.
RS - A iniciativa tinha ainda um lado social,
com angariação de fundos para a aquisição de um minibus para a
associação A Catraia. Qual foi a verba conseguida?
JMA -
Essa foi a grande desilusão. As pessoas não aderiram. Sinceramente
pensámos que fosse mais fácil. Penso que não chegou aos 1000 euros.
Pretendíamos conseguir 5000.
RS - E haverão novas
tentativas para ultrapassar estes máximos?
JMA - Uma das
coisas que queremos é dar notoriedade à gastronomia algarvia.
Logicamente, por tabela, à confraria e ao Algarve, pelo que estamos
já a equacionar mais um evento que pretende dar a conhecer o
interior do Algarve em termos de gastronomia. Mas ainda não sabemos
totalmente como o vamos fazer, apenas temos alguma coisa alinhavada.
O que posso adiantar é que vamos precisar do apoio da RTA. Agora
queremos descansar um pouco.