A Amêndoa

Se existem árvores que a nossa memória associa de imediato ao Algarve, a amendoeira é efectivamente uma delas.
A sua floração em pleno mês de Janeiro, no rigor do Inverno, as manchas brancas e rosadas que põe na paisagem têm sido motivo de inspiração dos nossos artistas. Prosadores, poetas e pintores de dedicaram obras sem conta ao casamento do Algarve com a Amendoeira. Lendas antigas, sonetos e quadras simples, telas e fotografias, licores e doçaria, documentam a ligação.

A Amendoeira, sendo uma espécie originária das zonas áridas e montanhosas da Ásia Central, expandiu-se na mais remota Antiguidade por toda a Bacia Mediterrânica. A Bíblia refere-se a ela e as suas flores serviram de ornamento à Arca da Aliança.

No Algarve a Amendoeira encontrou condições edafo-climáticas propícias ao seu desenvolvimento, encontrando-se principalmente no barrocal, consociada com outras culturas, muito especialmente a alfarrobeira, a figueira e a oliveira, compondo com estas o pomar tradicional de sequeiro da região. São múltiplas as variedades cultivadas, desde a amêndoa amarga a várias amêndoas doces, com diferentes graus de dureza de casca.

A nossa amêndoa, tal como acontece com outros frutos aqui produzidos tem um sabor muito especial, que levou desde sempre a que fosse a preferida dos mercados nacional e estrangeiro. A Lei Nº 1704, de 19/12/1924, reconheceu e consagrou tal facto, criando a designação legal “ Amêndoa do Algarve”visando proteger a produção algarvia.

A amendoeira chegou na primeira metade do Sec.XX a ocupar na região o 1º lugar na arboricultura e o seu produto, o 1º lugar entre as nossas produções agrícolas.
Os principais mercados importadores de miolo eram a Inglaterra, que absorvia quase metade da produção do Algarve, mas também a Bélgica, a França e a Holanda.
A exportação fazia-se em golpelhas de palma, sacos e caixas.

A produção algarvia de amêndoa em 1935 computava-se em 10 mil tons. e o rendimento da exportação em 20 milhões de escudos.
Com a expansão dos regadios, da citricultura e da horticultura e o desenvolvimento económico do litoral ligado ao sector do turismo, a redução da área da cultura da amendoeira é um facto, avaliando-se as produções actuais em cerca de 3 mil tons.
A gastronomia e muito especialmente a doçaria continuam, porém a demonstrar a sua preferência pela Amêndoa do Algarve.

O peso e o valor dessa tradição, que se mantém viva e deve ser divulgada justificam plenamente a escolha da amêndoa como tema do Capítulo Extraordinário de Faro/Estoi da nossa Confraria.

                                                                                                                                   José de Paula Brito
                                                                                                                                           Confrade

 



Amêndoas verdes

 

A amendoeira, Prunus dulcis (antes classificada como Prunus amygdalus, ou Amygdalus communis) é uma árvore de folha caduca da família Rosaceae. A semente do seu fruto é geralmente considerada como um fruto seco: a amêndoa. Tal como o pessegueiro, pertence ao subgénero Amygdalus.

Em Portugal, é frequente na região do Douro e no Algarve.

° A amendoeira assemelha-se ao pessegueiro, embora o seu porte o supere, e o tronco seja mais grosso. As flores são róseas e o fruto é alongado, de casca dura e cor bege. A amêndoa propriamente dita constitui-se na semente, contem uma película interna marron, e a polpa é amarelada.

° A amêndoa é rica em gorduras, Fósforo, Ferro, Cálcio e vitaminas do Complexo B.
° É originária das regiões quentes e áridas do oeste da Ásia.

Alguns autores consideram o norte da África como o local de onde provem a amendoeira, mas outros acreditam que ela tenha sido levada para lá ainda na pré-história.

° Existem dois tipos de amêndoa, a doce e a amarga, sendo que apenas a doce é indicada como alimento, pois a amarga contem ácido cianídrico, substância que pode causar intoxicações.
 

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