Doces do Algarve

A doçaria algarvia ainda revela muito da passagem árabe pelo território de Portugal.
Os deliciosos bolinhos de amêndoa, que se fantasiam de cores garridas e que apresentam
vários formatos, são muito semelhantes a um tipo de doces que se encontra na Tunísia e no norte da África.

Uma outra tradição viva deixada pelos muçulmanos é Chelb, ou Silves, cantada por poetas e tão cobiçada pelo povo de além-mar.
É lá que se situa o mais imponente castelo de todo o reino dos Algarves, que coroa a alva cidade com as suas muralhas e encerra segredos e histórias sem-fim, de mouros e cristãos.

Alvo de repetidos cercos, esse castelo resistiu ao tempo e à destruição dos homens, ávidos pela conquista do território. A norte do castelo restam as ruínas do palácio de Aben Afan, último rei de Silves, que fugiu por uma porta que ainda hoje está de pé.


Dom Rodrigo, Torta de Alfarroba,
Bolo de Figo e Amêndoa

Os doces do Algarve adoçam a boca, acalmam o espírito e encantam o olhar… Feitos com as amêndoas, os figos e as alfarrobas cultivadas por todo o Algarve, os doces algarvios deixam no paladar um leve travo a tentação.

Ninguém resiste aos Dom Rodrigo, morgados, morgadinhos, figos cheios, queijos de figo, figos com amêndoa e chocolate, pastéis de batata-doce de Aljezur e tantos outros doces tradicionais. Um reino de fantasia que relembra a passagem árabe por estas paragens.

As lendárias amendoeiras e as figueiras são as grandes protagonistas destas obras, já que é dos seus aromáticos frutos que se fazem os melhores doces da região. As amêndoas conferem o doce sabor aromático aos Dom Rodrigo, às bolas de ovo ou chapelinhos, aos ovos-moles, às vieiras, alcofinhas, queijinhos, nozes e castanhas, a que se acrescenta o chocolate.

A pastelaria mais requintada inclui ainda o morgado de amêndoa e o maçapão, bolos de massa dura de amêndoa, recheada de fios de ovos e doce de chila, com a particularidade do primeiro ser usualmente enfeitado com motivos regionais e flor de amendoeira.

O doce de figo é outra especialidade da região que varia consoante seja utilizado o fruto inteiro, esmagado ou, simplesmente, seco e torrado no forno.

O figo inteiro é o principal ingrediente das estrelas e dos figos cheios, recheados com pedaços de amêndoa, açúcar e chocolate.

O figo, esmagado juntamente com amêndoa moída, chocolate, açúcar e condimentos “misteriosos”, permite moldar os deliciosos queijos de figo. Já os famosos doces em forma de peixes, galinhas ou livros usam, simultaneamente, figo moído e figo inteiro, cortado à tesoura.

Os folares, os bolos de Páscoa, as empanadilhas e os fritos de Natal são normalmente confeccionados em épocas festivas específicas. Por todo o Algarve continua a fazer-se o folar, um bolo tradicional sempre presente na mesa familiar por altura da Páscoa.
Doces, alguns conventuais, de criar água na boca que viciam o estômago e a alma e que justificam o regresso ao Algarve, só para os saborear.

A Confraria com o objectivo da divulgar e promover os doces típicos locais e regionais, feitos com alfarroba, laranja, figo e amêndoa, tem "recuperado" algum receituário, principalmente do Convento das Bernardas ou Piedade em Tavira, único Monumento Cister no Algarve.

Doces regionais e conventuais são produtos tradicionais do Algarve que poderá encontrar, nas "Montras Gastronómicas Algarvias" que a Confraria realiza com a finalidade de dar a conhecer os produtos da nossa Região, assim como reforçar a imagem da Confraria como “guardiões” do como fazer, e o essencial dos seus objectivos: “difusão e divulgação da raiz cultural da região do Algarve e, também, o incentivo e defesa dos interesses públicos desta comunidade”.

Tais "montras" têm-se revestido de grande sucesso, sendo hoje convidados a levar a nossa doçaria para os eventos das outras Confrarias, sucesso que se deve em grande parte aos nossos Confrades, "A Casa da Isabel", em Portimão, a "Quinta dos Avós" em Algoz e o "Amendoal" em Loulé.


Doce Fino do Algarve

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